Ele se deixa enganar, achando que talvez essa seja a melhor solução. Se revira na cama, mas não encontra nenhuma posição que o satisfaça. Levanta, lava o rosto e então decide tomar um banho gelado. Deita na cama novamente, se senta e acaba ficando de pé. Da três voltas sem perspectiva no quarto e então desce as escadas, olha ao redor e percebe que ali é só mais um espaço vazio cheio de coisas. Abre e fecha a geladeira cinco vezes e por fim mais uma vez. Abre o freezer e sente um sopro gélido no rosto, procura algo, mas só encontra duas formas de gelo e um pote de sorvete de flocos meio vazio, a essa altura não está com otimismo o suficiente para pensar que o pote está meio cheio.
Sobe as escadas e então resolve se despir. Abre as janelas e anda nu naturalmente pela casa sem se preocupar, já que confiava no seu ego e sabia que a vizinha não vai ficar espiando, até porque eram 03h38min, mas quem se importava. Liga e desliga a televisão incontáveis vezes com os olhos fechados, então para e vê em que estado a mesma se encontra. Fica ali por alguns minutos sem prestar muita atenção, desliga e então se levanta. Segundos se passam e ele percebe o quão assustador o barulho do silêncio é, mas isso não o incomoda.
Parado ali visualiza o telefone e então resolve ligar para o sexphone. Nunca havia feito isso antes, queria ver como era. Uma mulher de voz sensual atente e começa a dizer coisas, mas ele vê que seu ego continua o mesmo e então desliga, deixando a mulher do outro lado da linha tirar suas próprias conclusões.
Deita na cama e alguns minutos depois adormece. Pela manhã, acorda e vê pelo seu rádio relógio que já se atrasara trinta minutos, se arruma o mais rápido que pode e no caminho compra um cappuccino com leite duplo e creme. Corre para pegar o metrô. Com a cabeça encostada na janela percebe que a culpa não passará, mas que a noite foi boa.
P.S O vídeo postado não tem relação nenhuma com o texto.