sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Uma carta de Savana

pipocado por Elvino Pinheiro às 10:47:00 AM
08 de janeiro de 2010.


É incrível como a vida da gente vai se tornando monótona e insuportável e a gente nem percebe. Estava eu, respondendo perguntas no tosco formspring, quando recebi uma caixa do Heriveltom, nosso carteiro desde sempre. Ele disse que eu estava ficando importante, pois o volume em questão vinha de Paris, na França. Surpreso, fui olhar o remetente, o que me deixou mais surpreso ainda. Era Savana. Savana, que foi para a Europa ser amante do grão-duque de Luxemburgo, ficou conhecida como "Savana - a mulher dos trópicos" - por sua beleza exótica, seu estilo despojado e sua elasticidade. Patrocinada por uma famosa marca de chocolate, fundou sua ONG: a MM'S - Mulheres Mulatas Socialistas. Depois de morar na Indonésia e na Polinésia, se mudou para Amnésia, um microscópico arquipélago na Oceania, que só sabemos a existência graças ao War. Na caixa, uma carta e uma cueca boxer de tigrão. Ela estava em Paris... enfim, deixemos que a própria Savana nos conte, através de sua carta, escrita com tinta prata em um papel preto com uma marca de batom dourado.

Vinny Viníssimo! Como vai, sweet heart? Você sabe, baby, sempre acreditei que o aquecimento global seria compensado instalando ar-condicionados potentes por aí. Mas um sonho mudou toda minha percepção ecológica. Outra noite estava dormindo com meu próprio marido - ou com o Tuva, meu personal boy (não me lembro bem) - e tive um sonho muito estranho. Estava na cama de nossa casa, lá em Amnésia, e algo me enlaçava com um braço. Eu disse "Agora não, querido, seja quem for", quando notei que o braço era grande, molenga e com ventosas. Era um polvo, Vinny; o mar havia subido e nossa cama boiando, e a água não parava de subir, e o polvo começou a mordiscar minha orelha, darling! Foi então que me dei conta de que quando os mares subirem, nos afogaremos todos, e os arquipélagos esquecidos, como Amnésia, serão os primeiros a desaparecer. Foi então, baby, que convoquei uma reunião com nossos executivos investidores, os convenci que consciência ecológica e chocolate dão muita mídia e decidimos enviar uma delegação para Copenhague. Porém, a conexão foi aqui em Paris, o avião para Copenhague iria demorar, a cidade estava lindíssima para o Natal, e fomos fazer compras... Resultado: continuamos em Paris, de onde escrevo, e de onde comprei esta boxer de aniversário para você. Não me esqueci dele; espero que ela chegue a tempo. Ela é de pele de tigre, meu tigrão gostosão. Tenho queimado várias calorias só imaginando você vestido nela! Quando virá para cá mesmo?

Enfim, Viníssimo, como você deve ter percebido, não cheguei a Copenhague a tempo de salvar o mundo. Pelo menos, este.

Nos falaremos em breve. Beijos estalantes,
Savana.

3 comentários on "Uma carta de Savana"

Anônimo disse...

Humanos... Enquanto podíamos, éramos nômades; depois otimizamos a agropecuária e roubamos comida dos menos afortunados; agora precisamos arrumar outro jeitinho.

Sempre unidos numa ideologia inerente ao homem, vamos remendando o mundo enquanto pudermos, até que a morte nos separe.



Tá Elvino, eu acho que a discussão que você queria abordar não é bem por aí. Se eu pensar em outra coisa, comento de novo, hauhaua.

Gabriela Leite on 8 de janeiro de 2010 às 18:53 disse...

Essa Savana é bem oferecida, mas gostei dela. Parece uma mulher determinada. Quero conhece-la.
E depois quero ver sua nova boxer de tigrão, que graça.

Anônimo disse...

Não li o texto...

Mas pelo estilo deve ser aquele tipo de texto sem nexo... ou pelo menos escrito por alguma causa...

obs: dIOGO

 

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